Visualização em Sala de Aula: Revelando Descobertas de Estudantes do Sexto Ano do Ensino Fundamental

Autores

  • Thaís Fernanda de Oliveira Settimy Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares. RJ, Brasil.
  • Marcelo Almeida Bairral Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares. RJ, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.17921/2176-5634.2019v12n3p258-267

Resumo

A Geometria estimula a imaginação e criatividade, além de promover o desenvolvimento da representação e argumentação. No entanto, seu papel no currículo de Matemática precisa ser repensado, pois muitas aulas se atentam apenas em identificar e nomear figuras planas e no uso de figuras estáticas, sendo que as figuras tridimensionais aparecem frequentemente em nosso cotidiano. Este artigo é um recorte da pesquisa de Mestrado que analisou o aprendizado discente em atividades de Geometria Espacial, utilizando recursos variados como papel e lápis, planificações articuladas, sólidos em acrílico e um vídeo gerado a partir do software GeoGebra. A intervenção pedagógica ocorreu ao longo do ano letivo de 2017 e teve como sujeitos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental com faixa etária entre 11 e 14 anos de uma escola pública do município de Angra dos Reis (RJ). Considerada como uma habilidade importante do pensamento matemático, a visualização consiste em um processo individual que não é inato e, portanto, precisa ser ensinado. A utilização de recursos didáticos variados em sala de aula amplia as possibilidades de estimular e enriquecer o pensamento visual particular de cada sujeito. As Descobertas, categoria discutida nesse artigo, revelaram a importância de implementar atividades em sala de aula que motivem e estimulem o aprendizado. Por meio desta categoria foi observado que os recursos utilizados permitiram explorar, movimentar e visualizar os objetos sob vários ângulos. Além disso, o diálogo sobre as ideias dos discentes favoreceu a evolução do aprendizado dos conceitos explorados e mostrou-se didaticamente importante.

 

Palavras-chave: Geometria Espacial. Visão Espacial. Pensamento Visual. Vistas.

 

Abstract

Geometry stimulates imagination and creativity, in addition to promoting the development of representation and argumentation. However, its role in the Mathematics curriculum needs to be rethought, since many classes focus only on identifying and naming flat figures and the use of static figures, and three-dimensional figures often appear in our daily lives. This article is a cross-section of the Master's research that analyzed student learning in Space Geometry activities using a variety of resources such as paper and pencil, articulated plans, acrylic solids and a video generated from GeoGebra software. The pedagogical intervention took place during the academic year of 2017 and had as subjects students of the 6th year of Elementary School with age group between 11 and 14 years of a public school in the city of Angra dos Reis (RJ). Considered as an important skill in mathematical thinking, visualization consists of an individual process that is not innate and therefore needs to be taught. The use of varied didactic resources in the classroom amplifies the possibilities of stimulating and enriching the particular visual thought of each subject. Discoveries, a category discussed in this article, have revealed the importance of implementing classroom activities that motivate and stimulate learning. Through this category it was observed that the resources used allowed to explore, move and visualize the objects from various angles. In addition, the dialogue about the ideas of the students favored the evolution of the learning of the explored concepts and proved to be didactically important.

 

Keywords: Spatial Geometry. Spatial Vision. Visual Thinking. Views.

 

Biografia do Autor

Thaís Fernanda de Oliveira Settimy, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares. RJ, Brasil.

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares - PPGEduc/UFRRJ

Marcelo Almeida Bairral, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares. RJ, Brasil.

Professor do Departamento de Teoria e Planejamento de Ensino - DTPE/UFRRJ e do Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares - PPGEduc/UFRRJ

Referências

ARCAVI, A. The role of visual representations in the learning of mathematics. Educational Studies in Mathematics, 52, 215-241, 2003. doi: 10.1023/A:1024312321077

AUTORA, ANO.

BAIRRAL, M. A. Tecnologias da Informação e Comunicação na Formação e Educação Matemática. Série InovaComTic, vol. 1. Rio de Janeiro: Edur, 2009.

BASTOS, R. Geometria no currículo e pensamento matemático. 1999. Disponível em: http://www.apm.pt/apm/revista/educ52/educ52_2.htm. Acesso em: 12 abr. 2018.

COSTA, C.: Visualização, veículo para a educação em geometria. In: SARAIVA, M; COELHO, I.; MATOS, J. (Org(s), Ed(1). Ensino e Aprendizagem de Geometria. Lisboa, Portugal Editora, 2002. p. 157-184.

GORGORIÓ, N.; ARTIGUES, F.; BANYULS, F.; MOYANO, D.; PLANAS, N.; ROCA, M; XIFRÉ, À. Proceso de elaboración de atividades geométricas ricas: un ejemplo, las rotaciones. Suma. Badalona, 33, 57-71. Fev 2000. Disponível em <http://www.abed.org.br/congresso2004/por/pdf/049-TC-B2.pdf>. Acesso em 26 de mar 2017.

GUTIÉRREZ, A. Visualization in 3 – dimensional geometry: in search of a framework. In L. Puig e Gutierrez (Eds.), Proceedings of 20th PME conference (Vol. 3, pp 19-26), Valencia: Universitat de València, Dept. de Didàctica de la Matemática, 1996.

KALEFF, A. M. M. R. Tópicos em Ensino de Geometria: A Sala de Aula Frente ao Laboratório de Ensino e à História da Geometria. Segunda edição. Novas Tecnologias no Ensino da Matemática. CEAD: UFF, 2016.

______ . Vendo e entendendo Poliedros: do desenho ao cálculo do volume através de quebra-cabeças geométricos e outros materiais concretos. Niterói: EdUFF, 1998.

LEMOS, W. G.; BAIRRAL, M. A. Poliedros estrelados no currículo do Ensino Médio. Série InovaComTic, vol. 2. Rio de Janeiro: Edur, 2010.

MISKULIN, R. S. Concepções teórico-metodológicas baseadas em LOGO e em Resolução de Problemas para processo ensino-aprendizagem da geometria. 1994. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, 1994.

PAVANELLO, R. M. Por que ensinar/aprender Geometria? Disponível em: http://www.miltonborba.org/CD/Interdisciplinaridade/Anais_VII_EPEM/mesas_redondas/mr21-Regina.doc. Acesso em: 01 dez. 2017.

PITTALIS, M.; CHRISTOU, C. Types of Reasoning in 3D Geometry Thinking and Their Relations with Spatial Ability. Educational Studies in Mathematics, 75, 191-212, 2010. doi: 10.1007/s10649-010-9251-8

ROGENSKI, M. L. C.; PEDROSO, S. M. D. O Ensino da Geometria na Educação Básica: realidade e possibilidades. 2009. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/44-4.pdf. Acesso em: 08 jul. 2014.

SANTOS, R. T.; BAIRRAL, M. A. Aspectos emergentes na construção do conceito de polígono por alunos do 6º ano de uma escola pública. Vidya, v. 35, n. 1, p. 26, 2015.

SOUZA, J. R.; PATARO, P. R. M. Vontade de saber matemática. 6º ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.

VELOSO, E. Geometria: Temas Actuais. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional, 1998.

ZIMMERMANN, W.; CUNNINGHAM, S. Editor’s Introduction: What is mathematical visualization? In: ZIMMERMANN, W.; CUNNINGHAM, S. (Orgs). Visualization in Teaching and Learning Mathematics (pp 1-7). Washington: MAA, 1991.

Downloads

Publicado

2020-03-04

Como Citar

Settimy, T. F. de O., & Bairral, M. A. (2020). Visualização em Sala de Aula: Revelando Descobertas de Estudantes do Sexto Ano do Ensino Fundamental. Jornal Internacional De Estudos Em Educação Matemática, 12(3), 258–267. https://doi.org/10.17921/2176-5634.2019v12n3p258-267

Edição

Seção

Artigos